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O caminho vocacional: “você acredita que eu te amo?”

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Nestes 3 anos e 8 meses que estou nas Filipinas, cada vez que penso na minha vida, volto aos meus anos de preparação, especificamente ao tempo do Noviciado (2016-2017) na cidade de Hortolândia, São Paulo (Brasil). Foi um ano atípico porque me desafiou a purificar minha imagem de “Noviciado” e me esforcei para tomar uma decisão firme sobre o que vivo agora como Irmão Xaveriano.

O tempo de discernimento e oração me deu uma base sólida para minha escolha e continua a sustentar o meu caminho todos os dias, apesar de algumas “tempestades” encontradas pela estrada. Desde então, o grande convite para mim tem sido “acredite em mim!” (cf. Jo 7, 37-38). Estou tão maravilhado com o carinho e o amor de Deus que estou descobrindo e vivenciando ao longo desses anos de formação através dos estudos, do apostolado, da vivência cotidiana e da vida comunitária de maneira particular. Em sinal de gratidão por todas essas experiências e especialmente neste Ano jubilar Xaveriano, posso apropriar-me do meu caminho vocacional com as palavras do nosso fundador, São Guido Maria Conforti: “O Senhor não poderia ter sido mais bondoso para conosco!”. (CT 1).

curitiba

Certamente, a vida não é tão tranquila. Como todo mundo, tem altos e baixos em minha vida. No meu caso específico, ao aprofundar a convicção da minha resposta ao Senhor na Família Xaveriana, fui concretamente tocado pela realidade de ser um Irmão Xaveriano entre aqueles que se preparam para o ministério do sacerdócio. Sinceramente, minha resposta se renova a cada dia por meio de compromissos simples e pequenos que a vida cotidiana exige.

No semestre passado, em minha aula de ‘História da Espiritualidade’, o professor compartilhou um pensamento atribuído a São Francisco de Assis onde, no final de sua vida, Deus lhe perguntou: "Você acreditava que eu te amo?" Essa percepção me fez perceber que Deus continuamente me dirige a mesma pergunta, em diferentes circunstâncias. Então, o principal convite é me entregar a Ele, ao Seu amor incomensurável que tem uma manifestação concreta na minha relação nutrida com os outros. Nesse processo de crer, minha vida espiritual também implica no meu crescimento humano. Portanto, a minha consagração a Deus por meio dos votos religiosos de pobreza, castidade, obediência e missão não é um ato mágico que me prepara para vivê-los espontaneamente. No entanto, é um compromisso contínuo abraçar um caminho sério e desafiador de se tornar uma pessoa humana genuína por meio do discipulado.

Nas mãos de Deus, considero-me uma madeira ou talvez uma pedra que o artesão está moldando para expressar sua beleza e amor, a partir do lugar onde estou agora, com aqueles com quem estou compartilhando a minha vida. Fiz uma forte experiência de vida em comunidade e não me percebo fora de seu ambiente. Por natureza da minha vocação, sou chamado a ser realmente um irmão para e com os outros. Como estou descobrindo no dia a dia, Deus me deu ótimas pessoas para me ajudar nessa conquista.

Quando vim para as Filipinas, não tinha nenhuma certeza ou segurança sobre quanto tempo permaneceria ou se me adaptaria a esse novo contexto. Havia uma mistura de boas expectativas e temores, mas Deus colocou em meu coração um grande desejo de vir e vivê-lo. Isso foi o suficiente para assumir o risco e dar o primeiro passo. Como a Moisés, Deus sempre me diz: "Eu estarei com você!" (Êxodo 3,12). Desde 2017 até agora, tem sido um tempo de perceber com mais clareza as respostas de Deus em relação a ambos os meus chamados. Estou feliz com minha vocação, apesar de minhas limitações em acreditar no amor de Deus. Esta será a minha conversão para toda a vida.

Para concluir a minha partilha, posso dizer que o meu percurso vocacional é como um esboço da arte que se torna cada vez mais visível ao longo dos anos. E sou grato a Deus por isso. Que Deus me conceda sempre a capacidade, coragem, humildade e criatividade para cooperar com a Sua graça e servir o seu povo. Cada vocação neste mundo é uma resposta de Deus ao clamor de alguém ou de seu povo. Não nos esqueçamos disso!

Giomar Henrique Clemete sx
27 May 2021
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