6º Encontro Nacional do Comina apresenta orientações para a formação de Comipas e Comidis
O 6º Encontro Nacional de Formação Missionária para Coordenadores e Animadores de Conselhos Missionários Diocesanos (Comidis) e Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas), reuniu desde quinta-feira (15) no Centro Cultural Missionário (CCM) cerca de 20 missionários leigos, padres e religiosas de 9 regionais da CNBB. Eles representam conselhos missionários atuantes e em formação, nas dioceses e paróquias dos estados da Bahia, São Paulo, Ceará, Paraíba, Paraná, Amazonas, Minas Gerais, Goiás, Pernambuco.
O encontro foi promovido pelo Conselho Missionário Nacional (Comina), a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e o CCM. "Missão e Cooperação Missionária" foi o tema central do evento que terminou neste domingo (18).
Orientações para animação missionária no Brasil
O secretário executivo do CCM, padre Estevão Raschietti apresentou uma abordagem da missão, baseada no documento do Comina: "Missão e Cooperação Missionária – Orientações para Animação Missionária da Igreja do Brasil". Durante a formação, padre Estevão descreveu os fundamentos, desafios e horizontes da missão, sob um olhar de conversão eclesial. Observou que para uma ação eficaz, os conselhos missionários precisam assimilar os fundamentos que embasam a missão nas dioceses e paróquias, com um olhar para as realidades das igrejas locais, mas sem desprezar o chamado de enviar missionários ad gentes. Por isso, enfatizou, uma prática missionária precisa ser cuidadosamente pensada.
Pe. Raschietti, explicou que na mesma diocese, o projeto missionário precisa preparar seus agentes para agirem nas realidades locais e nas realidades universais: "Que não pensem apenas na missão na sua própria igreja, ou na cidade, ou território, mas que saiam e se projetem para Amazônia, África, Ásia, outros países, outro continente", exortou e exemplificou. "Esse ir para fora, significa ir para fora de casa, atravessar a rua e depois de ter atravessado a rua, ir para a periferia da cidade e ir até o Japão", finalizou.
Por sua vez, o Pe. Sidnei Marco Dornelas, assessor da Comissão Episcopal para a Ação Missionária, diz que o encontro foi muito positivo pela troca de experiências e por ajudar várias lideranças a pensar a animação missionária no seu próprio contexto. Ele apresentou o tema da organização missionária propriamente dita, primeiro quanto à ação dos Comipas, levando em conta a renovação missionária da paróquia. "A gente pensou na proposta da Missão Continental e na abertura além-fronteiras, desenvolvendo todo o trabalho de cooperação missionária a ser incluído na pastoral ordinária no âmbito da animação, formação e articulação" explicou o assessor.
Assumir que a Igreja é missionária
Dois momentos importantes para os participantes deste encontro foram a visita nas Pontifícias Obras Missionárias (POM), que têm um papel chave na animação e cooperação missionária no nosso pais, e o encontro com as missionárias e os missionários estrangeiros do 116º Curso do Cenfi, de iniciação à missão no Brasil, que está acontecendo do dia 11 de setembro e até 9 de dezembro no CCM. O intercâmbio e a interação entre os dois grupos foi muito intenso, particularmente nas celebrações, nos momentos das refeições e na confraternização com danças, musicas e comidas típicas das diversas regiões do Brasil.
Para João Marinho, integrante do Comidi de Manaus (AM) esse encontro nacional foi uma experiência muito boa, particularmente para quem é iniciante neste trabalho: "Para mim o curso foi muito válido, porque trouxe um conhecimento abrangente da organização da Igreja no Brasil, numa visão nacional, até fora do país; eu fico encantado e cheio de ânimo e vontade para levar essas perspectivas para a minha diocese", salientou.
O casal José Xisto e Maria Helena, de Coronel Fabriciano (MG), vão levar para casa muita sabedoria e o esclarecimento sobre os Conselhos Missionários, além da experiência do encontro do encontro com outras pessoas e com outras culturas. "O desafio maior para os nós é assumir que a Igreja é missionária e, portanto, nos organizar mais e nos animar mais neste sentido", afirmaram.
O testemunho dos leigos e das leigas
Enfim, Dom Esmeraldo Barreto de Faria, bispo auxiliar de São Luís do Maranhão e presidente do Conselho Missionário Nacional (Comina), esteve presente durante todo encontro. Na conclusão, parabenizou cada pessoa que veio representando o próprio Comidi ou Comipa: "O compromisso e o engajamento que a gente percebe em cada lugar é realmente muito bonito: são pessoas muito empenhadas e muito apaixonadas pelo trabalho missionário", frisou.
A partir do que foi falado durante o encontro, Dom Esmeraldo propus que sejam revistas as linhas de ação evangelizadora em cada diocese e em cada lugar: serviços missionários, tarefas que compete aos conselhos missionários, âmbitos e frentes, para não ficarmos só com o que diz respeito ao ambiente interno da igreja. "Os desafios e as dificuldades devem ser vistos dentro da realidade em que vivemos, marcada por uma cultura mediática global e excludente, caso contrario a gente não vai conseguir dar um passo a frente. Por isso é imprescindível acreditar na força vital do Evangelho, que é como uma semente capaz brotar e transformar, porque tem vida dentro dela", completou.
Para o presidente do Comina é preciso valorizar o testemunho: "Os leigos e as leigas que participaram desse encontro tem um testemunho muito bonito não só dentro da igreja, mas também no seu trabalho profissional, lugar onde moram". E acrescentou: "Precisamos continuar a dar atenção as iniciativas missionárias dentro e fora do pais. Isso é importante. Encontramos pessoas que querem fazer essa experiência e muitas vezes não encontram caminhos. Quando o plano de pastoral de uma diocese considera a missão como eixo, as atividades e as iniciativas missionárias se multiplicam e abrem sempre novas possibilidades e perspectivas de engajamento e de comprometimento generoso por parte do povo de Deus".
