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A mensagem inculturada de Nossa Senhora de Guadalupe

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A religião católica está profundamente enraizada na cultura mexicana, deve-se também à presença, desde o início da colonização, das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe. Quando o Pe. Miguel Hidalgo iniciou o movimento de independência da Espanha, pegou o estandarte de Nossa Senhora de Guadalupe e atraiu os camponeses para lutar pela autonomia do México.

Nossa Senhora de Guadalupe é a principal evangelizadora do México, por meio da mensagem de inculturação. O sentimento de pertença à Igreja católica é fortíssimo em cada mexicano, especialmente por causa de Nossa Senhora Guadalupe.

A imagem fica estampada no poncho ou manto de Juan Diego. As flores que ele levou como sinal ao bispo, brotam em pleno inverno, no lugar da aparição.

O poncho ou manto de Juan Diego, na qual ficou impressa a imagem de Nossa Senhora, é feito de um tecido tradicional e rude, existe um ralo que através a imagem, mas ela se conserva durante cinco séculos, sem apresentar nenhum sinal de desgaste.

Um laboratório alemão examinou as cores da pintura e achou que semelhantes a elas não se encontraram em nenhuma outra parte do mundo, nem no reino animal nem no reino vegetal ou mineral; é a única pintura no mundo em que as cores não se desgastaram depois de 500 anos;

Nas pupilas dos olhos da imagem de Nossa Senhora foram descobertas, através de aparelhos especiais fornecidos pela NASA, as imagens das doze pessoas que estavam presentes na casa do bispo, quando a imagem ficou estampada no poncho ou manto de Juan Diego.

Mas não são esses fatos milagrosos que explicam a grande influência que Nossa Senhora de Guadalupe teve e tem sobre todos os mexicanos. O que mais impressiona é o fato de ter-se manifestado a Juan Diego, usando unicamente os símbolos da cultura indígena asteca. De fato, ela apareceu em 1531, no monte do Tepeyac, perto da Cidade do México, onde se venerava a deusa Tonantzin que representava a mãe-terra.

O rosto de Nossa Senhora de Guadalupe não é branco, e sim moreno, simbolizando a cultura indígena, isto é, o povo mexicano. Ela não falou castelhano a língua do colonizador e sim nahuatl, a língua do povo colonizado. Ela está grávida e tem em sua roupa todos os símbolos que as mulheres astecas usavam para indicar a gestação: duas fitas negras caída ao longo do corpo e sobre elas uma cruz indígena que indicava o encontro humano e o divino. Seu manto verde e azul tem as cores das divindades astecas do céu e da terra; sua túnica é de um tom vermelho pálido que é a cor do deus supremo dos astecas; as flores que ornamentam a túnica são as que se encontram no monte Tepeyac, o monte da deusa-mãe Tonantzin.

Nossa Senhora de Guadalupe falou e fala diretamente ao coração dos mexicanos. A linguagem que usou para se comunicar com o indígena Juan Diego foi uma linguagem que toda mãe carinhosa usaria com seus filhos. As mulheres mexicanas consideram-na como uma delas.

Como disse João Paulo II na homilia pronunciada na basílica de N. Senhor na Cidade do México: “Desde que o indígena Juan Diego falara da doce senhora de Tepeyac, a Mãe de Guadalupe, entras de modo determinante na vida cristã do povo do México.” Entrou porque falou a língua deles e se expressou com os símbolos deles. Foi um exemplo perfeito de inculturação, antes que concílios, sínodos e teólogos começassem a usar esse termo.

Fonte: Revista Mundo e Missão, mês de outubro 2000

Revista Mundo e Missão
12 December 2022
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